segunda-feira, 30 de novembro de 2009

1° de Dezembro - Uma reflexão necessária


* Jarbas Sampaio Vieira

O 1° de dezembro é um dia de reflexão dedicado para eliminar preconceitos e balizar ações de saúde voltadas a contribuir com um melhor suporte e rede de apoio para pacientes acometidos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a AIDS. Foi com esse espírito que a Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão ligado à ONU, definiu em 1987, o dia 1° de Dezembro, como data para chamar a atenção da sociedade para esta doença, e alertar nós profissionais da saúde para este problema que atinge a vida de milhares de pessoas, interferindo nas suas estruturas pessoais, de trabalho, de suas rotinas diárias e de seus familiares.
Cerca de duas décadas se passaram, e é inegável que houve muitos avanços, no que diz respeito ao tratamento e prevenção desta moléstia, especialmente com a melhora nos índices de sobrevida de seus portadores, mas devemos avançar ainda mais.
Torna-se necessário ampliar as discussões sobre a doença, tirando de dentro dos órgãos de saúde e conduzindo através de associações e outras instituições de pacientes (que foram criadas), que possuem um trabalho louvável, para dentro das demais forças vivas de nossa sociedade. Também integrá-las com os grupos de apoio, com os familiares, com os médicos e com os enfermeiros terapeutas, e partir rumo às entidades de classe, de moradores, de escolas, entre outros espaços.
Nós precisamos ampliar, cada vez mais, esta rede de apoio e construir o conceito de que ser portador não se constitui em nenhuma barreira para uma vida em sociedade, e sim de um cuidado a mais que este paciente requer e que, se este tiver o apoio e o acesso aos tratamentos adequados, em nada terá sua capacidade produtiva afetada e poderá conviver harmonicamente e trabalhar e relacionar-se satisfatoriamente. Por outro lado, esta mesma rede de apoio deve ensejar ações de prevenção e de esclarecimentos sobre a patologia, e, sobretudo, entre nossos jovens, para que saibam tomar as atitudes pertinentes frente à mesma e saibam conviver com as diferenças, já que ninguém fica doente porque quer.
Acreditamos que se somarmos esforços de todos os envolvidos, poderemos enfrentar e melhorar cada vez mais os índices epidemiológicos da doença. E, mais importante do que isso, melhorar a vida em sociedade de nossos pacientes e de seus familiares, mantendo assim o espírito que originalmente propôs a OMS naquele ano de 1987, ao chamar a atenção da humanidade para a AIDS.

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